No Ceará, 41.691 famílias não contam mais
com o benefício do programa Bolsa Família. O corte, feito no mês de julho,
acompanhou a redução de outros 501 mil beneficiários em todo o País. É a maior
redução de beneficiários da história do Bolsa Família. A queda contínua do total de famílias
cearenses atendidas pelo programa acontece desde março, somando quase 70 mil
benefícios. O número atual de beneficiários no Estado, 965.342, é o menor da
década, pela primeira vez no período abaixo de um milhão.Fortaleza registrou o maior corte, de
12.252 famílias, seguida por Caucaia (2.260), Maracanaú (926) e Maranguape
(722). Todos os 184 municípios tiveram redução.
O diretor institucional da Associação
dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, conta
que soube do corte no início de julho. “Já começamos a prevenir alguns
municípios. Quando eles cortam é de forma geral. Estão usando a questão de
fazer um recadastramento e a partir daí, cortam”, explica.
Conforme Expedito, as famílias só
sabem que não fazem mais parte do programa quando vão sacar o dinheiro. “Aí
mandam ligar para a central do Bolsa Família e encaminham para a Prefeitura”,
conta. Ele acrescenta que os municípios não têm como oferecer programas que
possam suprir as necessidades das famílias. “No governo anterior (de Dilma
Rousseff) também houve corte, mas tinha muitos critérios”.
Para o consultor econômico da Aprece,
Irineu de Carvalho, o valor financeiro do corte executado em julho, de R$ 6
milhões, não afeta economicamente o Estado, mas impacta nas famílias. “No
acumulado do período tem um peso diferente, afeta o comércio, além da questão
social”.
Impacto
O professor do curso de Economia da
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fábio Maia Sobral, considera desastrosos
os cortes. “Precisamos avaliar que estamos em uma época de desemprego. E mesmo
sobre os que estão empregados, o Ceará tem, historicamente, um grande mercado
informal”. O especialista destaca que, do ponto de vista econômico, os cortes
representam “o abandono das periferias e do interior”. “O retorno da fome, da
pobreza extrema, já foi sinalizado”.
Por nota, o Ministério do
Desenvolvimento Social (MDS) afirmou que o corte ocorreu porque as famílias não
atendiam mais aos critérios de inserção do programa. Principalmente em relação
à renda per capita familiar. A pasta destacou que a “condução desastrosa da
política econômica brasileira e a irresponsabilidade fiscal do governo Dilma
Rousseff (PT) ainda geram impacto na vida dos brasileiros sobretudo da parcela
mais vulnerável da população”. Conforme o ministério, existem 551 famílias
aguardando a concessão do benefício.
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