Nas últimas semanas, a cidade tem sido contagiada pelo movimento
“Fortaleza Apavorada”, que nasceu da insatisfação popular com o atual
estado das coisas, no âmbito da segurança pública. A iniciativa
espontânea despertou a reação de algumas figurinhas, acostumadas a
pautar movimentos sociais. Elas não reconhecem, ao movimento, o básico
direito à existência e acusam-no de ser individualista e burguês,
visando retirar-lhe a legitimidade, já que não conseguiram cooptá-lo,
para servir a seus interesses.
Assim, os detratores vociferam
que o movimento “é da burguesada!”, recorrendo à velha falácia conhecida
como argumentum ad hominem: atacam-se as pessoas e não o conteúdo de
seus argumentos!
Ora! Ainda que
o grupo fosse restrito à classe média (nem é o caso, haja vista a
amplitude alcançada, consubstanciada na diversidade dos participantes),
por que o estrato intermediário não teria direito a se manifestar?
Respondo: porque manifestação boa é aquela que serve à “causa”, né,
camaradas?
Também é possível constatar o viés antidemocrático
de certo pensamento pretensamente igualitário, avesso às ideias de fora
da “cartilha” e expresso, reiteradas vezes, por pessoas de abastada
estirpe econômica, que de pobres só têm a visão de mundo!
Na
esteira dos acontecimentos, contraposto ao “Apavorada”, surge outro
grupo, chamado “Fortaleza da Paz e Igualdade”, cuja eclosão foi
provocada pelo primeiro, ao colocar em relevo o problema da segurança
pública. Embora empunhe bandeira pela melhoria das políticas públicas,
em áreas como educação e emprego, o “Paz e Igualdade” é um fenômeno
reativo ao “Apavorada” e não à precariedade social e econômica
enfrentada pela maior parte da população. Mas o importante é que a
semente plantada já está germinando e, desse modo, estimulando outras
ações!
Ao fim e ao cabo, endosso as sóbrias palavras do jornalista Fábio Campos, que podem ser lidas aqui: http://www.opovo.com.br/app/colunas/fabiocampos/2013/06/15/noticiasfabiocampos,3075183/a-forca-dos-acontecimentos.shtml
Fiquem todos em paz!
Paulo Avelar
0 comentários:
As opiniões expressas aqui não reflete a opinião do Blog Primeira Coluna.