Duas
estudantes do ensino médio, com idade de 14 anos, residentes no distrito de
Charito, em Ipueiras, a 306 km de Fortaleza, iniciaram o ano letivo impedidas
de utilizar o transporte público municipal, sem justificativa legal.
O episódio
se deu com a opção das alunas estudarem em escola na sede do Município, porém,
logo nos primeiros dias de aula, não puderam fazer uso do ônibus que faz o
trajeto de 12 km, ligando o distrito à área urbana. Segundo as estudantes, o
motorista barrou a entrada das adolescentes. Procurado, o condutor do veículo
escolar afirmou que cumpriu determinação da Secretaria de Educação do Município
de Ipueiras.
O
comerciante e ex-vereador do Município, Eurico Farias, pai de umas das alunas,
procurou a Secretária de Educação, Marlúbia Sampaio, a qual justificou que
todas as escolas estão no mesmo nível de ensino e que no distrito funciona a
mesma série, sendo desnecessário o deslocamento. Não convencido, o pai da estudante
pediu uma justificativa legal e a Secretária finalizou que se trata de uma
determinação.
Para Márcia
do Vale, mãe da outra aluna, o ato causou indignação. “Não há explicação para
tamanha arbitrariedade, sendo que outra estudante com a mesma opção das
impedidas se matriculou no turno da tarde e foi permitida ir e voltar no
ônibus”. Na insistência em fazer uso do transporte, Márcia foi procurada pelo
motorista para reafirmar a decisão da Secretária e que o mesmo poderia se
complicar, caso as alunas ainda entrassem no ônibus sem autorização. “É tão
estranho, porque permitem outras pessoas que não são estudantes ir e voltar
todos os dias, e as meninas não podem ir” completa a mãe muito chateada.
“O que
queremos é dar mais opções de aprendizado para nossas filhas, no Município tem
biblioteca melhor, trabalhos acadêmicos, apoio tecnológico, enfim, são vários
fatores. Os danos causados pelo constrangimento às duas adolescentes, são
irreversíveis, mas vamos até aonde a justiça e o bom senso nos permitir ter esperança”
finalizou Eurico Farias.
O caso foi
levado à Justiça. Já se encerra um semestre sem solução para o problema. As
estudantes estão pagando ou pegando carona para fazer o trajeto de ida e volta.
Clecio Farias é publicitário
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