O irmão do radialista Rodrigo
Vieira Emereciano, mais conhecido como Mução, está sendo apontado pela
Polícia Federal (PF) como responsável pelos crimes de pedofilia pelos
quais o humorista havia sido acusado e preso, na última quinta-feira
(28), em Fortaleza. A informação foi repassada pela PF em coletiva de
imprensa, na noite desta sexta-feira (29), no Recife, para explicar a
reviravolta sofrida pela investigação do grupo desbaratado na operação
Dirty Net, deflagrada em 11 estados e no Distrito Federal.
"Ele [Mução] se mostrou
surpreso com a investigação e levantou a hipótese de que poderia ser uma
pessoa muito próxima, que tem acesso à casa e às senhas. Intimamos o
irmão, que se apresentou com o advogado. Ele é engenheiro da computação e
tem conhecimento aprofundado de informática. Era responsável pelo
parque tecnológico da empresa, instalava softwares, tinha pleno acesso
aos computadores do irmão e de outras pessoas da empresa", detalha o
delegado Nilson Antunes.
Antunes disse também que a PF
identificou o irmão como suspeito pelos crimes na metade do dia.
"Ele
[o irmão] se entregou porque a polícia chegou a ele. O investigado
recebeu essa notíca enquanto estava sendo reinterrogado. Ficou muito
emocionado, chegando às lágrimas", lembra.
De acordo com a Polícia
Federal, comprovaram-se acessos feitos de várias residências e do
escritório de Mução. "Se ele tivesse uma sombra que trabalhasse com ele,
morasse com ele e usasse os dados cadastrais dele, poderia ser
inocentado. Infelizmente, parece ser o caso. É uma verdadeira tragédia
familiar", conta a delegada Kilma Caminha. "O rapaz não sabe por que
costuma fazer isso com o irmão, não soube explicar o motivo", completa.
Outras contas que não seriam
do investigado, mas pertenceriam a outras pessoas, estão sendo
analisadas. "Estamos diligenciando para conseguir outros dados que
confirmem a versão dele [Mução]", afirma o delegado.
Como o inquérito envolve
crianças e adolescentes, corre em segredo de Justiça. O irmão de Mução,
que tem 23 anos e cuja ficha criminal não contava com nenhuma ocorrência
ligada a pedofilia, segundo a PF, não foi preso porque não houve
flagrante e porque confessou. O rapaz deve ser indiciado pelo artigo
241B do Estatuto da Criança e do Adolescente, cujo crime é
disponibilizar arquivos contendo imagens de sexo explícito envolvendo
crianças e adolescentes. A pena prevista é de 4 a 10 anos de reclusão.
Por volta das 20h desta
sexta-feira (29), os advogados Valdir Xavier e Bruno Coelho da Silveira,
que representam o radialista, chegaram à sede da PF em Pernambuco para
entregar aos investigadores um mandado expedido pela 13ª vara da Justiça
Federal em Pernambuco, revogando o pedido de prisão que mantinha o
humorista detido. Eles deixaram o local, acompanhados de Mução, por
volta das 21h, para fazer os exames de corpo de delito no Instituto
Médico Legal. "Achamos que seria temerário demais mandar para o presídio
uma pessoa sobre a qual paira uma dúvida sobre sua inocência", disse
o
delegado Nilson Antunes.
“Deixamos claro desde os
primeiros momentos que não houve envolvimento de Rodrigo e que havia
confiança irrestrita na Justiça e nas investigações da Polícia Federal",
assegurou o advogado Valdir Xavier, que acompanha o caso desde
Fortaleza (CE), onde aconteceu a prisão. O outro advogado é pernambucano
e está dando apoio na defesa do radialista. Mução chegou ao Recife por
volta das 8h40 desta sexta. Ele depôs durante a manhã, houve um
intervalo no horário do almoço e o depoimento continuou até a noite.
Fonte: alagoas24horas
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