Dilma, sobre a influência de Lula na escolha de seu ministério
Dilma, sobre a influência de Lula na escolha de seu ministério
Há uma relação direta entre a popularidade de um governante e a chance de ele ser reeleito, ou de ao menos influir na sua sucessão. A questão é onde passa a linha que separa vencedores e vencidos. O ranking de governadores do Ibope dá pistas.
Esta é a primeira classificação, com todas as 27 unidades da Federação, divulgada após a eleição.
Comparando as pesquisas com o resultado das urnas, surgem duas perguntas. Qual patamar de aprovação garante sucesso eleitoral? Ou, ao contrário, qual nível de desaprovação leva o governante inevitavelmente ao fracasso?
O ranking dos governadores tem base nas pesquisas de avaliação realizadas pelo Ibope entre setembro e outubro. Embora as datas não sejam idênticas, são próximas o suficiente para permitir a comparação.
A régua é o “saldo” da avaliação: taxas de “ótimo” e “bom” subtraídas das de “ruim” e “péssimo”.
O “regular” não entra na conta. Maior o saldo, melhor a posição do governador no ranking. O desempate é pelo porcentual de “ótimo” + “bom”, isto é, de aprovação.
Governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) tem 60% de ótimo/bom e 10% de ruim/péssimo. Seu saldo é de 50 pontos, o mesmo do governador do Acre, Binho Marques (PT). Mas Cid ficou na frente, em 6º lugar, porque mais eleitores aprovam seu governo (60% a 57% do petista).
O mau tempo não espantou o público da 15º Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas Gays Bissexuais e Travestis) no domingo em Copacabana, que se consolida como um evento do calendário da cidade.
Segundo os organizadores, cerca de 800 mil pessoas foram para as ruas. Já na estimativa da Polícia Militar, o número foi menor, algo em torno de 250 mil.
Mas se houve divergência sobre o número de participantes, todos estavam de acordo em relação à animação. Treze trios elétricos atravessaram a orla do Posto 6 ao 2. Uma bandeira gigante do
Orgulho LGBT foi estendida ao longo do percurso, colorindo a festa.
Durante a celebração, os organizadores do evento distribuíam camisinhas e panfletos tratando de questões sérias como doenças sexualmente transmissíveis.
Manifestantes de outros estados vieram para o Rio especialmente para comemorar a data. A curitibana Maitê Schneider participava, pela terceira vez seguida, da parada carioca. Ela usou uma fantasia com frases contra a intolerância sexual:
- O Rio é um estado que está mais avançado nesta questão contra o preconceito. A cidade que vai sediar os Jogos Olímpicos pode ser a primeira do Brasil a acabar com a intolerância.
O fisioterapeuta Fábio Del Prado, de São Paulo, participou pela primeira vez, e disse que esperava mais.
- O mau tempo fez com que muita gente deixasse de vir. Mesmo assim, não desanimo, vim de longe - afirmou.
A mesma opinião tem o presidente do grupo Arco-Íris e um dos organizadores do evento, Júlio Moreira.
- Se fosse um domingo de sol, chegaríamos a um público de um milhão - disse Júlio.
Segundo ele, o objetivo do evento foi, mas uma vez, mobilizar não só o público LGBT, mas a sociedade em geral. O preconceito, observou Júlio, é um mal que afeta a todos - tanto na forma de bullying, sofrido por alunos homossexuais, como também na desestruturação de famílias que precisam lidar com gays.
Dia de eleição, segundo turno. Como no primeiro, preferi ir até minha seção de táxi, em papos com o motorista. Em quem vota o senhor? Respondo-lhe. Ele me indaga o processo pelo qual seu voto seria propositalmente nulo. E o papo resvala para Tiririca, o palhaço, que já dera a resposta do porquê não se candidatara, em sua terra, o Ceará: “É que, lá, na minha terra, eles não são abestados”...
Insólita esta eleição. Nela, contamos com o próprio presidente da República, onipresente, em todo o País e a toda hora, nos comícios e na televisão, como cabo eleitoral, a pedir votos para sua candidata, Dilma Rousseff, como a primeira mulher, a “presidenta”, no dialeto de Lula... E, nessa onda, terminaria por derrubar históricos políticos, como Tasso Jereissati, no Ceará, em seu repisado jogo do “quem vota em um vota no outro e quem vota no outro vota no um”...
O Nordeste terminaria por carrear os mais altos índices para a candidata de Lula. Isso, pouco se falando de desenvolvimento da Região, de presença maior da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), de ideias deixadas por Celso Furtado. Passados os ataques entre os dois candidatos, Dilma e Serra, terão de sobressaltar as eventuais baixezas entre eles. Deputados, senadores, governadores e os diferentes partidos, na construtiva dialética de seus pontos e contrapontos, terão que olhar em frente para o País, num esperado diálogo em prol do Brasil.
Em passado não tão distante, figuras como o animal Cacareco, entre muitas, foram a expressão do popular protesto contra nossa política. Hoje, como procurava o motorista que me levou para a urna eletrônica, tal expressão se torna mais difícil. E Tiririca foi a expressão dos paulistas para a nossa Câmara alta, que terá que rever ética e política...
Cidadãos, assim esperamos!
Marcondes Rosa de Sousa é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE).